Ah. Hoje estou contente.
E o tema do dia é:
O choque e a mudança.
Até parece que me atingiu uma segunda puberdade. Antes, eu sentia que era o único diferente no mundo. Sentia-me sozinho, como se ninguém me compreendesse. O único que gostava de musica para além de pop; O único que tocava um instrumento; O único que não queria saber de festa e fofoquisse geral; O único que me dedicava a algo. É óbvio que não é comum um miúdo de 12 / 13 anos pensar assim.
"o Brasil é cheio de gente diferente, multi-cultural, e facilmente ia encontrar gente como eu!" pensava eu.
Não posso dizer que não, pois conheci pouca gente, mas mesmo assim, as pessoas não são tão diferentes como eu pensava. Este estilo mais "hipster" que eu procurava até é um bocado mais comum na Europa, Portugal é só uma excepção -.-
Mas no final, quando voltei, é que tudo mudou em mim. Desde que conheci a minha turma, especialmente o Diego, finalmente depois de tanto tempo, sou eu mesmo, parece que o meu interior finalmente libertou-se e tornou-se exterior, no fundo, virei-me do avesso.
Falo de música, toco em conjunto, comparo desenhos, partilhamos o diário gráfico entre a turma. E depois de tanto tempo, voltei a deixar o meu cabelo crescer. Sarcasticamente, o meu cabelo transmite sempre o meu estado atual: Começou a ficar mal e desgrenhado quando era da turma antiga, o que me obrigou a mantê-lo curto, (esconder o meu eu). Agora, é longo, e doido, como eu.
Para além disso, é a primeira vez que me torno ligeiramente social. Conheço gente, saio bastantes vezes, tanto que ontem saímos com um guitarrista que o Cacciari conheceu.
Este este tipo de surpresas que me fazem pensar que é impossível prever a vida. Vou dar alguns exemplos de coisas que eu nunca pensaria que aconteceriam:
Eu queria tocar um instrumento. 1 mês depois comecei a tocar baixo. 1 ano depois juntei-me a uma banda.
Nós nunca imaginámos que fossemos mesmo emigrar para o Brasil. É daquelas coisas que surgem e depois ignora-se. E muito menos que voltaríamos em menos de um ano.
Eu nunca pensei que fosse mesmo encontrar gente com quem eu pudesse-me relacionar. Talvez no Brasil? Não, o contrário. Quando eu voltasse, que era uma coisa que também não contava.
Quem sabia que eu ia ter melhor notas quando entro a meio do 10º. ano, do que no resto dos anos todos?
Curso de multimédia? E se de repente prefiro o curso de artes?
Invejava os amigos do meu pai. Dizia que não existia gente assim para além deles.
Que é que espero eu do futuro agora? Já descobri à algum tempo que comigo é tudo bastante imprevisível.
Aliás, é esse o objetivo do meu blog, explicar estas cenas doidas que me acontecem.
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